Autobiografia em cinco capítulos – por Portia Nelson

Portia Nelson. In: Hollis (1995).

   “Simplesmente descrita, a individuação é a imposição evolutiva de cada um de nós de nos tornarmos a nós mesmos o mais completamente que formos capazes, dentro dos limites que nos são impostos pela nossa sina. Mais uma vez, a não ser que enfrentemos conscientemente nossa sina, ficaremos presos a ela. Precisamos separar quem somos daquilo que adquirimos, nosso senso do eu de facto porém falso. ‘Eu não sou o que me aconteceu; eu sou o que escolhi tornar-me’ [Jung]. Precisamos dizer conscientemente essa frase todos os dias para que possamos nos tornar mais do que prisioneiros da nossa sina. Esse dilema, e a necessidade de sermos conscientes foi expresso […] na ‘Autobiography in Five Short Chapters’ [‘Autobiografia em cinco capítulos’, de Portia Nelson – foto acima] […] (p. 133). 

   Nunca saberemos com certeza o quão livres ou determinados realmente somos, mas somos obrigados, como nos fazem lembrar os existencialistas, a agir como se fôssemos livres. Esse ato restaura a dignidade e o propósito para a pessoa que de outro modo continuaria a sofrer apenas como vítima. Partindo de New York, um piloto que corrija o curso de um 747 apenas em poucos graus chegará ou à Europa ou à África. Nós também, mesmo com pequenas correções, podemos realizar enormes mudanças em nossa vida. Para empreendermos esse projeto não há como escaparmos do compromisso diário de permanecer em contato com o que vem de dentro de nós.” (p. 134-135). 

REFERÊNCIA

HOLLIS, James. A passagem do meio: da miséria ao significado da meia-idade. São Paulo: Paulus, 1995. Coleção Amor e Psique.

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